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sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

MEMÓRIAS DA MINHA AMIGA SOLEDADE BATALHA, DA SUA PROFISSÃO DE AUXILIAR DE AÇÃO EDUCATIVA NA ESCOLA DE CARDIGOS, MAÇÃO

Antes que me esqueça vou recordar o tempo em que trabalhei como contínua, atualmente chamadas de Auxiliares, na Escola de Cardigos. De manhã andava kilómetros a pé, para chegar à Escola, à tarde voltava na carreira. Trabalhei com as professoras: menina Conceição, que já tinha sido minha professora na Escola da Chaveira, a professora Maria José Cinta, a professora Maria do Rosário, mais conhecida por Rosarita da Praça, que tinha quatro crianças encantadoras e uma jovem professora, minha patrícia, a Carminda. da Chaveirinha. Gostei muito de trabalhar com todas. No meu trabalho era responsável por: fazer o lanche para os alunos. leite em pó com chocolate, pão com queijo e mortadela. Recordo uma altura em que os alunos trouxeram tomates, uma abóbora, marmelos e fizemos doces que eram servidos no pão. Também tinha que varrer as duas salas antes das crianças entrarem. Eram muitos alunos. Vinham do Casalinho, da Roda, da Lameirancha, da Pracana e Outeiro, do Azinhaleite, da Vinha Velha, do Azinhal, do Carvalhal, da Corujeira, de Chão do Pião e todos os alunos da Vila de Cardigos. Muitos deles andavam vários Kilómetros a pé para chegarem à Escola. No Verão com muito calor, no Inverno com chuva e frio. Estes alunos merecem um grande reconhecimento. Apesar destes sacrifícios, isso não os impediu de chegar longe. Desse tempo tivemos um missionário, advogados, professores, bancários e outras profissões, e que, em Lisboa. talvez no Porto, em Coimbra e noutras cidades seguiram em frente com sucesso. Poucos foram os alunos que ficaram por cá, mas cada um seguiu a sua vida. Ainda hoje 45 anos depois acontecem algumas situações engraçadas, como por exemplo ser reconhecida por antigos alunos que me contam histórias que. se passaram no tempo da Escola, como esconderam a mortadela no bolso da bata por não gostarem, ou de como eu os fazia tomar o óleo de fígado de bacalhau, ou ouvir chamar, ó menina Soledade, como carinhosamente me chamavam Recordo este tempo com muita saudade. Que falta fazem crianças para encher a praça, o caminho para a Escola, o recreio sempre cheio de alegria, algazarra com direito a algumas esfoladelas Não percamos a esperança que isto ainda vai mudar. tudo de bom para todos os alunos. muito sucesso e um bom ano, deseja a Menina Soledade