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sábado, 7 de dezembro de 2024

VISITA DE ESTUDO DA USCQAL AO OBSERVATÓRIO DO LAGO DO ALQUEVA





O Observatório do Alqueva é uma das mais recentes e importantes infraestruturas científicas de Portugal, situado numa região com condições excecionais para a observação astronómica. Localizado no coração do Alentejo, em Monsaraz, este observatório oferece uma experiência única aos visitantes, combinando ciência, cultura e turismo.

Um local privilegiado para a astronomia

A escolha do local para a construção do Observatório do Alqueva não foi por acaso. A região do Alentejo destaca-se pela baixa densidade populacional, o que reduz a poluição luminosa, um dos grandes inimigos da astronomia. Além disso, a altitude e a elevada percentagem de noites claras por ano tornam este local ideal para a observação do céu noturno.

No dia 29 de Novembro de 2024, a Universidade Sénior de Carnaxide e Queijas Aprendizagem e Lazer(USCQAL), realizou uma visita de estudo ao Observatório  do lago do Alqueva, no qual observámos os planetas Júpiter, Saturno  e Urano através dos telescópios, numa noite de céu limpo e numa intensa escuridão. Devido a estar um céu limpo e uma noite maravilhosa de Verão, foi-nos explicado, a olho nu a localização de outros planetas, constelações, cometas e nebulosas.

Viemos mais ricos culturalmente…




domingo, 10 de novembro de 2024

AS CASITAS DE MILHO

CASITAS DE MILHO


Se alguém, que viveu os anos 60
nesta "maravilhosa Chaveira/Chaveirinha",
decidisse começar a escrever apenas sobre o milho,
ou seja, como e onde se semeava,
como se trabalhava o terreno
para que fosse regado,
o que dele era retirado para alimento das pessoas e dos animais,
como era trabalhado, desde semeado, até servido à mesa,
em forma de broa, ou em grão,
numa pia ou capoeira como alimento animal,
teria, certamente, tema suficiente para preencher
muitas páginas dum volumoso livro.
Embora gostasse, um dia, poder fazê-lo,
pois vivi tudo isso e recordo esses tempos,
apesar de difíceis, com muita saudade,
hoje vou apenas recordar as "casitas de milho".
Poucos eram os lares, desse tempo,
que não possuíssem uma casita,
que também era constituída por uma eira
para secagem dos grãos.
Depois de atingirem a maturação,
as espigas eram transportadas para estas casitas,
onde eram descamisadas e, mais tarde, debulhadas
depois de expostas ao sol, na eira, até à sua completa secagem.
Como, em todas as aldeias, havia sempre algumas famílias
que cultivavam mais e outras menos
e famílias mais ou menos numerosas e,
como tal, havia muita entreajuda.
Aqueles que, por qualquer motivo,
já estavam mais folgados, juntavam-se ao serão,
com outras famílias, ajudando-as
para que todos conseguissem meter, nas arcas,
a tempo e horas, o precioso grão,
eram noites divertidas em que se contavam muitas histórias,
se contavam algumas anedotas e que se davam alguns abraços e beijinhos
quando aparecia uma espiga de milho negro (milho rei).
Em cada noite, depois das descamisadas,
as mulheres, crianças e alguns mais idosos regressavam a casa,
enquanto os outros improvisavam uma cama, em cima dos "camisos"
onde pernoitavam vigilantes,
pois corria o boato que as espigas desapareciam,
de vez em quando, não vá alguma mulher reclamar,
tenho conhecimento que algumas raparigas (poucas)
também ficavam de vigia, mas com a companhia do pai.
Também havia alguns homens que não dispensavam
o conforto da sua caminha, lá em casa,
na companhia da sua amada e,
vai daí, deixavam algo volumoso na cama improvisada,
lá na eira, a imitar alguém deitado,
para enganar os eventuais ladrões e iam dormir a casa.
Não sei se infelizmente ou felizmente, quase todas essas casitas,
tão importantes, nesse tempo, estão hoje em ruínas.

Contributo de José Henriques Marques 03/12/2021


PARA MEMÓRIA FUTURA


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

LENDA DE SÃO MARTINHO


 


MAGUSTO

Castanhas a crepitar

Vinho novo a brindar.

Fogueira a aquecer,

Histórias a crescer, 

S. Martinho chegou, 

O frio se acalmou.


LENDA DE SÃO MARTINHO


S. Martinho, dia de festa,

na terra a chama já se manifesta.

Pelas ruas, em alegria e fulgor,

castanhas assadas, vinho e calor.


Chama que aquece o frio de Novembro,

e as lendas antigas que sempre me lembro.

Cavaleiro bondoso, de espadada na mão,

dividiu a sua capa, um gesto de irmão.


Deu abrigo ao pobre no seu caminho,

e Deus honrou-o com sol e carinho.

Neste Outono dourado, nos aquecemos,

 com vinho e partilha, juntos bebemos.