Expressar os sentimentos mais profundos, através da pintura , poesia e outras formas de arte.
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domingo, 6 de fevereiro de 2022
MEMÓRIAS DA INFÂNCIA E DO TEMPO DE MARIA DA SOLEDADE QUE LEMBRAM TAMBÉM AS MINHAS
MEMÓRIAS
Na altura que íamos à cruzada à vila, no Inverno com muito frio, tudo branquinho, com muita geada. Iamos em grupos, com certeza ia algum adulto.
Quando passávamos por um tanque à beira da estrada gelado, pela geada, atirávamos pedras, muitas vezes o gelo não partia, mas uma vez numa altura lá partiu e um moço desceu para a horta, pegou num bocado de gelo e chupou como se fosse um gelado. Não consigo lembrar - me quem foi.
Depois das meninas vestirem o vestido e os meninos as faixas, íamos à missa das almas que era muito cedo.
Quando saíamos da missa enchíamos a praça. Eram crianças de toda a freguesia, e com um tostão que levava atado na pontinha do lenço da mão, outros levavam dois tostões. Comprávamos um copo ou dois de tremoços e comíamos com muito agrado.
Alguns mais afortunados compravam um quarto de pão.
E a comunhão solene, quem não se lembra de ir à vila aos ensaios para aprender os cânticos, escolher os pares. O meu par era a Nazaré Sobreira dos Vales.
Era costume no dia dos ensaios recebermos um bocado de bolo finto, para o qual, cada criança já tinha levado dois ou três ovos. que muitas vezes já chegavam à vila feitos em gemada.
Quando vínhamos dos ensaios era uma festa pelo caminho. Não sei se terá sido nessa altura que, pelo caminho de Cardigos à Chaveira, principalmente os rapazes atravessavam todos os aquedutos. Deve haver alguém que se lembra disto. Eu ainda atravessei o do lado das hortitas do Ribeiro para o lado do Vale de Anta.
Em Setembro, no dia do Coração de Jesus era o grande dia da festa. As meninas levavam um vestido branco, a maior parte deles era emprestado, como era o meu caso. O meu vestido era da mãe da Aurora, a bolsinha branca era da Teresa do Velado. Os rapazes levavam um laço no braço.Não sei quantas crianças seriam, eram de toda a freguesia.
Lembro-me que na igreja estavam duas filas que chegavam quase ao fundo da igreja. Antes da missa cantávamos:
vinde , vinde, vamos todos povos desta redondeza, vamos ver estes meninos subir à maior grandeza...
Na missa duas meninas vestidas de anjos, eram a Lurdes Mateus e a Maria Emília Silva, seguravam uma toalha onde nós íamos comungar. Cantavam: oh meninos inocentes, almas puras, fervorosas, vinde vinde preciosas ao banquete celestial... ao que nós respondíamos em coro: nossos olhos vos não vêem oh Jesus mestre querido, porém queremos que escondido lá morais sobre esse véu...
Depois da missa e da procissão, os saudosos sinos tocavam badaladas, anunciando a festa. Ao sairmos da igreja lá passávamos nós a buscar o bocado do bolo finto. Era uma alegria.
Hoje que vivemos num mundo descristianizado, não percamos as nossas raízes cristãs.
sábado, 5 de fevereiro de 2022
AGRICULTURA DE ANTIGAMENTE
Como era antigamente na agricultura
Hoje vou de carro à Carvalha. Quem pensaria isto há um século atrás?
Pelo caminho ainda vou vendo umas calçadas feitas com pedra seca, onde em tempos passados havia bonitas oliveiras. Antes de chegar à Carvalha, mais umas calçadas com oliveiras, hoje desprezadas.
Já cheguei à minha horta que quase não conheço, e para não ver as hortas do lado de lá da Ribeira cheias de silvas, fecho os olhos e abro a arca das minhas recordações.
Já vejo as hortas cheias de milho, abóboras, feijão, beterrabas, as gilas a subirem pelas ladeiras acima, a picota, cinco oliveiras grandes com 200 ou mais anos, as figueiras carregadas de figos, o canto dos passarinhos, o gaio a espreitar o milho, o galego, o ferreiro e as gordinhas flosas a estudar a maneira de chegar à agúdia sem cair na armadilha.
Ouço o barulho das pessoas vindo de todos os lados. os cânticos. Tudo isto parece um jardim.
Vou à ribeira acima, moinho de pedra alveira, o moinho de pedra de milho, o açude da Carvalha, onde as mulheres da Chaveirinha vêm lavar as mantas ou pôr linho de molho.
Vejo olivais centenários. No Porto os milheirais, onde cada pessoa procura ter o milho mais alto e mais forte, o andar das noras e já alguns motores, a velhinha ponte que atravessa a Ribeira. Ao lagar para cima continuam as hortas mimosas, os moinhos que trabalham 24 horas por dia, enquanto há água na ribeira.
Ao chegar aos Portos Negros vou ao Pereiro acima, onde vou lavar a roupa no Verão, onde está a ponte de pedra.
Voltando à ribeira do Bostelim continuo a ver as hortas cheias de milho. Qualquer pedaço de terra é cultivado.
Vejo o moinho dos Matas, onde muitas pessoas vêm moer em troca de maquia. Isto para quem não tem quinhão noutros moínhos.
Passo pela Costa Alta, Várzea Redonda, Horta Nova, Canadinha, o mesmo cenário de milho e oliveiras, um regalo para a vista.
Chegada ao Vale Feito, o milho já vai estando maduro, está a ser apanhado.
Aproveito para cortar um troço de milho alto, uns camisos mais fortes para fazer um moinho.
Que bonito passeio, onde encontrei paredes que são verdadeiras obras de arte.
Se cada pedra pudesse contar a sua história, quanto nos diria!
Está na hora de abrir os olhos e voltar à realidade.
Ia às Barreirinhas acima pensando naquilo que eu ouvi dizer há muitos anos que a nossa vida é como a sombra que passa, mas, pelo menos a ribeira ficará e continuará a cumprir a sua função
Saibamos nós transmitir aos mais novos estes valores.
Créditos de:
Maria da Soledade Batalha
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
COVID 19
Covid 1919
ATÉ HOJE, ainda não tive o corona vírus, mas o medo é constante, não me poupando a cuidados permanentes para mim e para os outros.
A pandemia que nos assolou tem sido terrível para todo o mundo, sem exceção.
Assim se viram as limitações de todos os seres humanos.
Obrigada a todos os cientistas, por nos proporcionarem recurso às vacinas, para que a doença seja mais leve, ou mesmo a sua ausência.
Obrigada a todos os profissionais de saúde e voluntários pela sua enorme colaboração, em prol da humanidade com sacrifício
das suas próprias vidas. Gratidão para todos.
Muitos ainda teimam não se querer vacinar, preferindo ter doença forte que pode levar à morte, ou contagiar outros inocentes, prejudicando-os no seu direito de viver, com saúde e alegria.
Onde está o dever de cidadania para termos direito a uma natureza saudável, sem poluição?
Também há quem, sem cumprir os deveres de cidadania espalham por todo o lado máscaras usadas, beatas de cigarros e lixeiras variadas, sabendo que a Natureza é como se fosse a nossa própria casa.
Que tristeza, não respeitar a Natureza!
Haja esperança para mudar mentalidades.
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