É um museu, projetado pelo gabinete de arquitetura Arquiespaço - Arquitetura e Planeamento, lda. da autoria do arq. Fernando Sequeira Mendes, especificamente dedicado à apresentação, conservação e estudo de uma parcela fundamental do património artístico nacional representado pelas Tapeçarias de Portalegre. Para a sua constituição foi imprescindível o apoio do Instituto Português de Museus e a colaboração da Manufactura de Tapeçarias de Portalegre, que contribuiu, para a constituição do museu, com o depósito de um conjunto significativo de colecções.
Ao atribuir ao Museu de Tapeçarias de Portalegre o nome de Guy Fino pretendeu-se prestar a justa homenagem ao homem que definitivamente integrou Portugal na lista dos grandes produtores internacionais de Tapeçaria.
Guy Fino tinha um profundo conhecimento da Indústria de Lanifícios que, aliado a uma enorme capacidade de captação de artistas para a experiência da tapeçaria moderna, foi um dado precioso no desenvolvimento do projecto das Tapeçarias de Portalegre. Essa tarefa terá sido facilitada, certamente, pelas possibilidades plásticas decorrentes do desenvolvimento do ponto de Portalegre, criado por Manuel do Carmo Peixeiro, que confere a estas tapeçarias extraordinária capacidade de expressão e uma total fiabilidade na interpretação do desenho. Manuel do Carmo Peixeiro foi aliás outra das figuras preponderantes na fase inicial desta indústria/arte, pois que, para além de "inventor" do ponto, trabalhou muito com os irmãos Fino, e com Guy Fino em particular, nos contactos iniciais com artistas no âmbito da produção das primeiras tapeçarias, projecto a que dedicou sempre uma enorme dedicação e interesse, mesmo após ter deixado de participar na sociedade que lançou o projecto.
O Museu dispõe, para além das áreas de exposição permanente, de uma Galeria de Exposições Temporárias e de um Auditório com capacidade para 150 pessoas. A Cafetaria, o Foyer e o Jardim são espaços complementares de fruição pública, com capacidade de adaptação a diversas actividades de carácter lúdico e cultural.
O Museu da Tapeçaria de Portalegre, para além da sua componente histórica, é acima de tudo um Museu de arte contemporânea, constituído a partir de uma colecção base, que vai crescendo e acompanhando os movimentos artísticos contemporâneos que continuam a exprimir-se na Tapeçaria.
Exposição
O Museu encontra-se dividido em dois núcleos distintos; no primeiro, correspondente ao piso térreo, apresenta-se a componente histórica relativa à Manufactura de Tapeçarias de Portalegre bem como os processos técnicos de execução da tapeçaria de Portalegre, enquanto que o segundo núcleo, no piso 1, é dedicado á apresentação exclusiva de obras de tapeçaria, tentando seguir, tanto quanto possível, uma linha cronológica que acompanha o desenvolvimento desta arte, desde o seu nascimento em Portalegre, em finais dos anos 40 do século XX, até à actualidade.
Assim, podem ser vistas obras de uma grande variedade de autores, nacionais e estrangeiros que têm feito tapeçaria em Portalegre, de entre os quais destacamos Almada Negreiros, Guilherme Camarinha, Maria Keil, Júlio Pomar, Vieira da Silva, Maria Velez, Costa Pinheiro, Sá Nogueira, Lurdes de Castro, Eduardo Nery, Menez, Graça Morais, José de Guimarães ou ainda Jean Lurçat e Le Corbusier, entre muitos outros.
O número de artistas envolvidos na tapeçaria de Portalegre levou-nos a optar por um programa museológico que obedece à necessidade de circulação das obras. Daí que a colecção de tapeçarias não seja uma colecção permanente podendo o público encontrar sempre novos motivos de interesse em cada visita ao museu.
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