Desde a Pré-História até o século XXI, as vivências do amor e do sexo têm sido moldadas culturalmente. Dogmas religiosos, interesses políticos, aspectos morais, econômicos e sociais e paradigmas de vários tipos foram influenciando os comportamentos de homens e mulheres. Constantes mutações ocorreram. Se houve um período em que a participação masculina na procriação foi ignorada, haveria outro em que a certeza da paternidade faria dos homens senhores absolutos e, das mulheres, criaturas submissas e cativas em seus próprios lares. Durante a Antiguidade Clássica, por exemplo, os gregos entendiam o amor como distração ou aflição imposta pelos deuses, e a relação entre dois homens era vista como exercício de força e virtude. Na Idade Média surgia o cavalheirismo, a corte e a renúncia total ao corpo. Todavia, a repressão do desejo jamais se processa impunemente. Antes da revolução sexual promovida no século XX pelo surgimento da pílula e dos movimentos feminista e gay, milhares foram queimados em fogueiras pela associação do erotismo ao demônio. O namoro virtual na internet tem suas correspondências com épocas anteriores. Embates, repetições, fraqueza, força, virtude, pecado, glória ou perdição, liberdade ou posse, dissociados ou inseparáveis, vinculados ao casamento, à monogamia ou à infidelidade, sempre estiveram presentes nas relações humanas. Enfim, depois da longa viagem, Regina escreve, ao final, que cada época constrói suas experiências amorosas de modo diferente e revela como o amor se modificou em importância e qualidade ao longo dos tempos. Ela reflete que valores e crenças do passado ainda nos afetam, muitas vezes limitando nossas vidas. Mas também mostra que existe a opção de não repetir as experiências anteriores e buscar mais satisfação e prazer, com atitudes mais libertadoras. É uma questão de escolha, diz ela, depois de mapear milênios de história e de lançar um olhar corajoso sobre o velho tema
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