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domingo, 7 de fevereiro de 2021

CRENÇAS E VALORES


 

Conhecimento e epistemologia

Os termos crença e conhecimento são usados ​​de formas diferentes na filosofia.

Epistemologia é o estudo filosófico do conhecimento e da crença. O principal problema na epistemologia é entender exatamente o que é necessário para que nós tenhamos conhecimento verdadeiro. Em uma noção derivada do diálogo de Platão Teeteto, a filosofia tem tradicionalmente definido conhecimento como "crença verdadeira justificada". A relação entre crença e conhecimento é que uma crença é o conhecimento, se a crença é verdadeira e se o crente tem uma justificativa (afirmações/provas /orientações razoáveis ​​e necessariamente plausíveis) para acreditar que é verdade.

A falsa crença não é considerada conhecimento, mesmo que seja sincera. Por exemplo, um crente da teoria da Terra plana não sabe que a Terra é esférica. Mais tarde, os epistemólogos por exemplo Gettier (1963)[3] e Goldman (1967),[4] questionaram a definição de "crença verdadeira justificada".

Como DescartesPeirce começou diferenciando crença de dúvida. Para ele, esses são dois estados de mente relativamente fáceis de distinguir, o estado de dúvida, observa ele, é "um estado irritante e insatisfatório, do qual lutamos para nos libertar"; diferentemente, o estado de crença "é calmo e satisfatório". Não somente sentimos um forte desejo de converter a dúvida em crença, mas chegamos a nos esforçar para manter as crenças que já temos, para evitar cair novamente em dúvida. Peirce diz "Atemo-nos tenazmente, não somente a crer, mas a crer exatamente naquilo que já cremos."[5][6]

Crença e psicologia

Na psicologia, o termo crença na autoeficiência define a crença de alguém em seu próprio poder de agir de modo efetivo ou de influencia eventos. Associada ao trabalho de Albert Bandura, a teoria da autosuficiência argumenta que uma forte crença na autosuficiência contribui para um senso positivo de lidar com o mundo, portanto está intimamente ligada com a noção de locus interno de controle.[7] De acordo com Bandura, é mais saudável psicologicamente para um indivíduo ter uma crença em sua autosuficiência levemente mais alta do que a evidência pode garantir, desde que isso o encoraje a assumir tarefas mais difíceis e a persistir nelas.[7]

As crenças são, por vezes, divididas em crenças raiz (que estão ativamente pensadas) e crenças disposicionais (a que pode ser atribuída a alguém que não tenha pensado sobre o assunto). Por exemplo, se questionado: "Você acredita que tigres vestem pijamas?" um indivíduo pode responder que não, apesar do fato de nunca ter pensado sobre essa situação antes.[8]

A formação da crença

Os estudos da psicologia sobre a formação das crenças e a relação entre crenças e ações indicam vários modos de formação de crenças:

  • pela interiorização das crenças das pessoas que nos rodeiam durante a infância. Albert Einstein é frequentemente citado como tendo dito que "O senso comum é a coleção de preconceitos adquiridos até aos dezoito anos."[9] A maioria das pessoas acredita na religião ensinada e vivida na infância.[10]
  • pela adoção das crenças de um líder carismático, mesmo que essas crenças sejam negadas por todas as crenças anteriores e produzam ações opostas aos interesses do indivíduo.[11] A crença é voluntária? Indivíduos racionais precisam conciliar sua realidade direta com qualquer dita crença e, portanto, se a crença não está presente ou possível, isso reflete o fato de que as contradições eram necessariamente superadas, usando dissonância cognitiva.
  • como resultado da propaganda , a qual utiliza a repetição, choque e associação com imagens de sexo, amor, beleza e/ou símbolos de fortes emoções positivas para criar ou alterar crenças.[12]
  • como resultado de trauma físico (especialmente na cabeça) que pode alterar radicalmente as crenças de um indivíduo.[13]

Até as pessoas mais educadas e conscientes do processo de formação de crenças se agarram firmemente às suas crenças e agem de acordo com elas, mesmo contra seu próprio interesse. Na Teoria da Liderança de Anna Rowley, ela afirma: "Você quer que suas crenças mudem. É a prova de que você está mantendo os olhos abertos, vivendo plenamente e aceitando tudo o que o mundo e as pessoas ao seu redor podem lhe ensinar." Isso significa que as crenças dos povos devem evoluir à medida que ganham novas experiências.[14]

A "crença em"

"Crer/acreditar em" alguém ou alguma coisa é um conceito distinto de "crer/acreditar que". Existem dois tipos de "crença em":[15]

  • Crença (ou afirmação) comendatária - uma expressão de confiança em uma pessoa ou entidade, como em "Eu acredito em sua capacidade de fazer o trabalho."
  • Crença (ou afirmação) existencial - uma reivindicação de crença na existência de uma entidade ou fenômeno, que manifesta a necessidade implícita de justificar a pretensão de existência dessa entidade ou fenómeno. É frequentemente usada quando a entidade não é real, a sua existência é controversa, ou é posta em dúvida. Exemplos típicos: "Eu acredito em Deus", "Ele acredita em bruxas e fantasmas" ou "Muitas crianças acreditam em Papai Noel".[16]

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