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domingo, 5 de dezembro de 2021
A FONTE NOVA DA CHAVEIRA DE CARDIGOS, por José Henriques Marques
A FONTE NOVA
Na minha publicação recente, neste grupo de "Minha Terra é Chaveira", houve um comentário de um dos meus amigos (Virgílio Moreira), que habita em Cimadas Cimeiras, com raízes na Chaveirinha, de onde era a sua mãe, no qual mencionava que um povo sem memória do passado, está condenado ao esquecimento.
Não é que, nesse mesmo dia fui dar uma voltinha e encontro estes dizeres, de alguém que pensa como o Virgílio, junto ao poço, conhecido por Fonte Nova...!
Não haverá ninguém que por aqui viveu, nos anos 50 e 60, que não tenha bebido água deste poço, porque na Chaveira, nesse tempo, a água escasseava e a água que corria nos 2 únicos chafarizes( um da Chaveira e boutro da Chaveirinha ) era racionada, durante o Verão, podendo cada família apenas encher 1 ou 2 cântaros e, não era todos os dias, porque tudo dependia da quantidade da água duma mina e acumulada, num pequeno reservatório, que ainda existe, junto à Escola.
tal como se vê , na parte inferior do cartão da direita, foi feito um croqui que exemplificaexatamente como funcionava a fonte:
- A água era tirada, com um balde e o auxílio de uma picota para encher os cântaros e outras vasilhas que depois eram carregados, à cabeça ou ao ombro, dependendo se era mulher ou homem, e levada para os gastos da casa.
debaixo da figueira existia uma pia para dar de beber aos animais, ligada por uma conduta a uma outra mais pequenina. junto ao poço onde se colocavam os cântaros para que a água que escorresse, ao enchê-los, não se perdesse e fosse parar à pia dos animais. Era sagrado que a pia dos animais devia sempre ter água, pelo que quando se enchia o cântaro havia sempre essa preocupação e, normalmente, todos puxavam mais uns baldes, do poço para a atestar. Foi junto a esta fonte e de regresso a casa, com o cântaro â cabeça que muitas raparigas começaram o primeiro namorico que acabaram de dar em casamento, mais tarde.
Para terminar, concordo plenamente com o autor/a que deixou estes dizeres que há razões suficientes para que este património não caia no esquecimento e, embora este não seja o espaço próprio, acredito que, mais tarde ou mais cedo, a nossa Junta de Freguesia tomará conhecimento da situação e, certamente, não ficará insebsível.
PARA MEMÓRIA FUTURA
José Henriques Marques
05/12/2021
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