O pinheiro
Quem viveu, na Zona do Pinhal, nos anos 50 e 60, sabe que o pinheiro teve uma importância relevante, diria mesmo fundamental, para a subsistência das famílias residentes. Era dele que se extraía a resina que, depois de entregue ao intermediário, fornecia o dinheiro para pagar quase tudo o que uma família necessitava, tal como: as mercearias, os cadernos e os livros escolares para os filhos, os medicamentos, os fertilizantes para a agricultura, as despesas com o casamento dum filho ou duma filha e o respetivo enxoval, etc. etc.
Ainda me lembro de algumas conversas, entre alguns clientes e o merceeiro, cá da terra: ó Ti Manel, avie-me lá um quilo de açúcar que amanhã já devo receber o dinheiro da resina e depois venho cá pagar.
Era também o pinheiro que dava as pinhas e outra lenha para cozer os alimentos (pois ainda não haviam as botijas de gás, por aqui) e, também a lenha para colocar no forno, que cozia a broa, ao rubro.
Além de tudo isso, também fornecia a madeira para a construção das habitações, incluindo a trave mestra e os soalhos ou sobrados, como chamávamos, por aqui.
Infelizmente, devido aos incêndios e a cessação da extração da resina, este perdeu a sua relevância e começa a ser esquecido.
Contributo de José Henriques Marques, para memória futura
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