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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

HISTÓRIA DO BORDADO DE CASTELO BRANCO



Ensinando e aprendendo o bordado de Castelo Branco, em Voluntariado, no "PEAC"

Os bordados tradicionais registam ainda hoje algum sucesso, aumentando de dia para dia o número daqueles que se lhe dedicam. Como constituem um trabalho de difícil execução e muito rigoroso, necessitam de mãos hábeis e delicadas. Lençóis, travesseiros, fronhas de almofada, toalhas de mesa e rosto e peças de decoração várias recobrem uma beleza expressa nas cores, nos fios e nos motivos decorativos. Peças que fazem parte de um património cultural e enchem de cor e alegria as casas, constituindo marés vivas de uma tradição bem enraizada na alma do povo.            
 
O Bordado tradicional de Castelo Branco, designado em outros tempos por “Bordado a Frouxo”, caracteriza-se por desenho muito próprio, facilmente identificável pelos motivos.
 
Não é de todo fácil inferir sobre a sua origem e sobre as suas principais características, porém no início do séc. XVII já se encontrava consideravelmente difundido. Note-se que as referências documentais estão, em princípio, dissociadas das peças a que se referem, no entanto, é possível propor datações, a partir da identificação de elementos decorativos e da composição estética e cromática.
 
Na criação deste bordado utiliza-se o fio de seda natural (caseira), geralmente em policromias de grande harmonia, cores fortes sobre panos de linho cru unidos pelo “Ponto de Luva”. Tecnicamente caracteriza-se pela utilização do “Ponto Largo” ou “Frouxo”, que actualmente é designado por “Ponto de Castelo Branco”, e não é nada mais do que uma variante do “Ponto de Oriente”, da “Hungria” ou de “Bolonha”, etc.
 
É na Beira Baixa que esta arte surge com maior incidência, mas é possível encontrar alguns exemplares por todo território nacional e até mesmo na Estremadura espanhola.
              
Na Beira Baixa, o cultivo do linho é uma tradição que vem desde a Pré-História, tendo ocupado a maioria da população até ao início do século passado. A criação do bicho-da-seda era somente concebida para uso doméstico, sendo os tintos obtidos através de várias plantas e até mesmo de minerais. No final do séc. XIX, uma praga de morbus veio aniquilar toda a produção, fazendo com que esta tradição acabasse por cair por terra, pelo que toda a seda natural passa a ser importada. O facto das cores não serem fixas na maior parte das peças implica que estamos perante a aplicação de conhecimentos empíricos e não cientifícos, embora se constate a relação deste saber com a ciência, como será visto mais à frente.            
 
            
 Com o 25 de Abril, nasce a Oficina-Escola de Bordados Regionais no âmbito do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.                          
                   
 
Denota-se que estes bordados estavam envoltos de uma temática muito diversificada, com uma simbologia muito especial. Exemplo, as colchas de noivado onde: Os Cravos – significam o Homem como Amor viril; A Rosa – a Mulher; Os Lírios – a virgindade; Os Corações – o Amor; Os Jasmins – a pureza; O Galo – o símbolo da virilidade; Os Pombinhos – os namorados; A Romã – prosperidade, abundância.
 
     
 

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