Expressar os sentimentos mais profundos, através da pintura , poesia e outras formas de arte.
Seguidores
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
OS FORNOS DO PÃO
Nos anos 50, 60, não havia família nenhuma que não tivesse uma seara, maior ou mais pequena, ou uma horta de milho.
Depois do grão moído, a farinha era guardada nas arcas. No verão fazia-se o pão de trigo e no inverno as broas de milho.
Faziam-se cozeduras nos fornos que algumas famílias tinham e deixavam cozer a quem não tinha forno.
Há umas décadas atrás, que me lembre, na Chaveira havia uns 14 fornos.
onde existiu
Começo pelo da padaria do Velado.(hoje em ruínas). Era grande.Parece que estou a ver duas irmãs com um grande tabuleiro de pão de trigo fino, que depois era vendido na venda, com certeza havia aí mais algum forno, com tanta rapaziada que lá havia.
No Monte havia vários fornos, um dos quais muito popular, Ali se faziam muitas cozeduras de pão, os bolos das festas. As pessoas pediam vez para o forno. Era uma azáfama. Primeiro chegavam as mulheres com os molhos de lenha e iam apanhar o varredouro. Era um dia de trabalho (onde existiu este forno, hoje é rua com alcatrão)
No Outeiro, havia vários fornos, um dos quais mais usado. Era bom de aquecer, muito acessível. Ali se cozeram muitas cozeduras de pão e muitas cozeduras de pão e muitas cozeduras de bolos fintos dos casamentos. Tinha a porta larga para
caber a pá de madeira para os bolos dos padrinhos, que eram grandes. Muitas vezes, depois de mexer o pão, punham - se os tabuleiros de lata com os bolos miúdos de azul e de mel, os bolos das festas. Aí juntavam-se várias mulheres, enquanto nós esperávamos com casca de ovo na mão para fazer um bolinho e rapar o alguidar com o dedo (saudade).
Era uma algazarra.
Hoje já não se ouve dizer:" ó comadre, empresta-me o seu crescente?", o pedaço de massa que se guardava no cabaço ou no caneco novo. Se era uma cozedura de broa também se ouvia dizer"Posso fazer uma deitada consigo?"e faziam-se duas ou três broas que se punham na mesma fornada e para não se misturarem fazia-se um buraco com o dedo. (este forno já não existe).
Hoje a maiorparte das casas têm fornos. muitos deles comprados já feitos.
Mas já não se vêem mulheres com tabuleiros de pão à cabeça que deixavam um cheirinho pela rua.
não posso deixar de falar nos fornos da Chaveirinha. Conheci dois, um ao cimo da aldeia e outro ao fundo, forno que acendi muitas vezes e deitei belas cozeduras de pão no forno, preparado pelas mãos de uma senhora, muito conhecedora destas lides.
Grandes mulheres fizeram o pão que alimentaram muitas bocas nas nossas aldeias e muitas ainda continuam.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário